Geografia
25/11/2013
Iceberg se desprende na Antártida
Iceberg gigante parte a Glaciar de Pine Island
Por NASA
Entre 9 e 11 de novembro de 2013, um enorme iceberg separou-se da Glaciar de Pine Island. Cientistas foram os primeiros a detectar uma fenda na glaciar em outubro de 2011, durante voos realizados para a operação IceBridge, da NASA. Em julho de 2013, imagens em infravermelho e de radar indicaram que a rachadura havia partido o gelo por completo na direção da margem Sul. Novas imagens agora mostram que o Iceberg B-31 está finalmente se afastado da costa, com mar aberto entre o iceberg e a margem da Glaciar de Pine Island.
O Operational Land Imager (criador de imagens de solo), localizado no satélite Landsat 8, produziu estas imagens com cor natural do iceberg na Baía de Pine Island em 13 de novembro (acima) e 28 de outubro de 2013. Nuvens e neblina deixam meio embaçadas as imagens de 13 de novembro, mas a distância entre o iceberg e a geleira ainda pode ser vista. Clique aqui para visualizar uma imagem maior do iceberg, de 10 de novembro, logo depois da separação.
Denominado de B-31 pelo Centro Nacional das Geleiras, estima-se que o novo iceberg tenha uma área de 35 por 20 quilômetros, quase o tamanho de Cingapura. Uma equipe de cientistas das universidades de Sheffield e de Southampton, usando informações de satélite, fará uma varredura dos 700 quilômetros quadrados de gelo, na tentativa de prever o percurso que ele trilhará.
“É difícil prever com certeza quando e para onde essas coisas se movimentarão,” disse a glaciologista da NASA Kelly Brunt. “Os icebergs se movem muito lentamente, e observar esse iceberg será um jogo de paciência.”
A plataforma da Glaciar de Pine Island vem se movendo a 4 quilômetros por ano, então o destacamento desse iceberg não é necessariamente uma surpresa, nota Tom Wagner, gerente do programa de criosfera da NASA. Eventos como esse acontecem aproximadamente de cinco em cinco anos, embora o Iceberg B-31 seja cerca de 50% maior do que os anteriores, nessa região. Cientistas vêm analisando de perto a Glaciar de Pine Island, porque há indícios de que o aumento da temperatura da água do mar abaixo da plataforma fará com que a espessura diminua e a geleira se afine, fazendo a velocidade aumentar.
Se o gelo da Baía de Pine Island diminuir, como acontece todos anos entre fevereiro e março, então o Iceberg B-31 poderá se mover na direção do Oceano Austral. (Clique aqui para visualizar uma imagem maior da Antártica e o bloco de gelo bloqueando o caminho.) Uma vez que o iceberg deixe a baía, provavelmente será conduzido pela "contracorrente costeira", que se move em sentido anti-horário em torno da Antártica, ou pela “corrente circumpolar”, que é maior e se move em sentido horário.
De acordo com o cientista emérito da NASA Robert Bindschadler, o caminho que ele seguirá depende do formato vertical e da profundidade do iceberg. “Sua direção depende das correntes mais profundas para as quais sua quilha pende” - afirmou. Pesquisadores descobriram que icebergs maiores com quilhas mais profundas tendem a vagar conforme a corrente ciclônica circumpolar, mais profunda, enquanto blocos de superfície marítima e icebergs menores, com quilhas mais superficiais, tendem a seguir a contracorrente costeira.
“Se você joga um galho na água de um rio que desce de uma montanha, perceberá que ele percorre um caminho aleatório. Ele gira, acelera e desacelera”, afirma Bindschadler. “Imagine uma corrente com variação semelhante agindo sobre a quilha do iceberg. Esse iceberg é como um galho muito, muito grande.”
Porém, antes de ocorrer qualquer pendência, o Iceberg B-31 tem que sair da Baía de Pine Island. “É preciso um pouco de energia e tempo para que esses camaradas se dirijam para o Mar do Sul”, acrescentou Brunt. “Muitos icebergs da Baía de Pine Island persistiram por anos, antes de sair, então este pode ser um jogo de longuíssima duração.”
Tradução de Aquias Valasco.
Esta notícia foi publicada em 15/11/2013 no site earthobservatory.nasa.gov. Todas as informações contidas são de responsabilidade do autor