Disciplina - Geografia

Geografia

17/03/2008

Dia Internacional de Ação contra as Represas e em Defesa dos Rios

Em 1997, o primeiro Congresso Internacional de Afetados por represas decidiu comemorar no dia 14 de março como o Dia Internacional de Ação contra as Represas e em Defesa dos Rios, da Água e da Vida.

O movimento de oposição às represas tem adquirido um grande impulso a partir da publicação de um relatório muito crítico publicado pela Comissão Mundial sobre Represas, bem como pelo intenso trabalho que têm levado a cabo organizações da América Latina, Ásia e África. Os esforços feitos na Ásia, Europa e América do Norte para eliminar as represas existentes estão sendo importantes.

O relatório final da Comissão Mundial sobre Represas apresenta ampla evidência de que as grandes represas não conseguiram produzir a eletricidade prevista, subministrar a água requerida, nem prevenir os prejuízos causados pelas inundações. Além disso, essas obras superam os custos orçados e o tempo de construção, sem deixar de lado o deslocamento das populações onde esses projetos são construídos. Estima-se que entre 40 a 80 milhões de pessoas devem abandonar suas casas, causando impactos sobre a economia, desintegração de suas comunidades e um incremento nos problemas de saúde mental e física. As populações indígenas e camponesas são as mais vulneráveis.

A Comissão Mundial sobre Represas também afirma que "Os rios, as vertentes e os ecossistemas aquáticos são os motores biológicos do planeta. Constituem a base da vida e dos meios de subsistência de comunidades locais. As represas transformam paisagens e criam riscos de impactos irreversíveis. Compreender, proteger e restaurar ecossistemas no âmbito da bacia hidrográfica é fundamental para promover um desenvolvimento humano eqüitativo e o bem-estar de todas as espécies".

A esse respeito, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) expôs que: "Os diques hidrelétricos em grande escala causam a destruição de valiosas terras agrícolas, o deslocamento de comunidades inteiras e a introdução de doenças transmitidas pela água".

As represas são uma das principias causas de perda de bosque, provocando, de maneira paralela, um problema de ordem mundial: a produção dos gases de efeito estufa, fenômeno mais conhecido como "aquecimento global", devido a que, em áreas de bosque, acontece a putrefação da vegetação. No mundo, mais de 45 mil represas inundaram mais de 400 mil quilômetros quadrados de terra; ou seja, inundaram milhões de hectares de bosque, especialmente na zona tropical.

A construção das represas de Jirau e Santo Antonio, cujo processo está ameaçando áreas onde se localiza um rio com águas compartilhadas entre Brasil e Bolívia, causará sérios impactos sobre o território, a vida e a cultura. Por esta razão, as organizações indígenas e camponesas do Norte Amazônico da Bolívia apresentaram, no dia 7 de dezembro de 2007, uma solicitação de medidas cautelares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, devido ao atentado iminente, por parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos direitos e liberdades proclamados nos instrumentos internacionais que protegem os direitos humanos.

As comunidades em risco e o Movimento de Afetados por Barragens do Brasil (MAB) aderiram ao recurso apresentado pelas organizações bolivianas e de maneira conjunta pedem ao governo do Brasil que detenha a destruição da Amazônia e defenda a vida de seus habitantes.

Nossa terra e nossos rios não se vendem,
Nossa terra e nossos rios se defendem!

Fonte:http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=32121
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