Disciplina - Geografia

Geografia

22/09/2011

Diamante encontrado no Brasil prova mineralogicamente teoria das placas tectônicas oceânicas

Estudos desenvolvidos com diamantes encontrados em território brasileiro, mais exatamente em Juína, no Mato Grosso, mostrou ocorrência de diamantes gerados na zona de transição (ZT) e no manto inferior (MI). Com a análise destes diamantes foi observado traços de minerais que somente podem ser formados em pressões e temperaturas extremas do manto inferior terrestre, juntamente com elementos típicos da crosta oceânica, destacando-se a presença de uma molécula de carbono existente na superfície da Terra.
Estudos realizados comprovam que o ciclo do carbono atinge o manto inferior do planeta; há indícios de pedras formadas a mais de 600 km de profundidade. Sendo o carbono um dos elementos mais abundantes no planeta, havia dúvidas da possibilidade dele infiltrar-se na terra até atingir o manto inferior (MI), hipótese que foi confirmada em pesquisas da Universidade de Bristol (Inglaterra) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a Instituição Carnegie (EUA). Pesquisas mostram a influência que o manto terrestre pode sofrer devido a materiais provenientes da crosta oceânica e comprovam que eles participam do ciclo do carbono. Segundo os pesquisadores esses diamantes teriam sido formados no manto inferior, posteriormente seriam carregados para o manto superior por plumas mantélicas (fenômeno geológico que consiste na ascensão de um grande volume de magma desde as regiões mantélicas profundas até as regiões infracrustais da Terra) e finalmente capturadas por magmas kimberlíticos mais superficiais.
Teorias sobre a penetração das placas oceânicas no manto inferior já existiam, necessitava provas sísmicas, mas somente através deste novo estudo foi possível encontrar evidências mineralógicas do fenômeno, relata o cientista Steven B, Shirey, do Instituto Carnegie. Resultados já haviam sido previstos e até produzidos experimentalmente em laboratório, com os diamantes de Juína foi possível a confirmação. A descoberta pode ser um salto na evolução do entendimento sobre os movimentos no interior da Terra e sobre a dinâmica de funcionamento do planeta.
Esta notícia foi publicada em 22/09/2011 do sítio Jornal Ciência. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
Recomendar esta notícia via e-mail:

Campos com (*) são obrigatórios.