Disciplina - Geografia

Geografia

15/02/2008

Cultivos transgênicos não contribuem para a diminuição da pobreza e da fome

No Brasil, o uso do RoundUp (glifosato) subiu 80% em apenas quatro anos - 2000 e 2044 -. Nos Estados Unidos, entre 1995 e 2004, o aumento foi de 15 vezes. De acordo com o estudo, o resultado disso é um número cada vez maior de plantações resistentes ao glifosato, o que provoca, além do aumento nos custos de produção para os camponeses, graves impactos ambientais.

As plantações de soja, milho, algodão têm 4 de cada 5 hectares (81%) resistentes a herbicidas. Esses cultivos são considerados promotores de praguicidas, pois estimulam a resistência a herbicidas. Essas três sementes são 95% da superfície semeada com cultivos transgênicos, mas ao invés de serem usadas para diminuir a fome no mundo, elas servem, principalmente, como alimento para animais nos países ricos, ou produção de biocombustível.

Na Argentina, a maior parte da produção é enviada à Europa para a alimentação do gado e nos EUA 20% do milho é para a produção de etanol. Segundo o estudo, o Departamento de Agricultura dos EUA reconhece que nenhum dos transgênicos atualmente no mercado foi modificado para aumentar rendimentos. O milho resistente a herbicidas da Monsanto, ao contrário, produz entre 5 e 10% menos que as variedades convencionais.

Três dos cinco dos países que concentram 90% da superfície plantada de transgênicos estão na América Latina: Argentina, Brasil e Paraguai - os outros dois são Estados Unidos e Canadá. Junto com os Estados Unidos, a Argentina produz 70% dos cultivos transgênicos no mundo. Esses dados são uma preocupação para o meio-ambiente da região, pois na Europa menos de 2% das terras são cultivadas com transgênicos e cinco países já proibiram o milho da Monsanto, pelas evidências do impacto ambiental que ele causa.

A França, que tinha a maior quantidade de terras cultivadas com milho transgênico do continente, proibiu o cultivo este ano. Agora, praticamente só a Espanha continua investindo nos organismos geneticamente modificados. Enquanto na Europa o espaço dos transgênicos diminui, Argentina, Paraguai e Uruguai, junto com os EUA, são os únicos países em que os cultivos desses representam mais de 30% da superfície.

As pesquisas sobre organismos geneticamente modificados que sejam mais nutritivos, tolerantes à seca, ou à salinidade e resistentes a doenças, se são incentivadas, não resultaram em sementes colocadas no mercado. As empresas só se preocupam com resistência a herbicidas e a insetos.

Além disso, o preço das sementes biotecnológicas tem aumentado para maximizar os lucros e os agricultores têm cada vez menos alternativas, pois as sementes tradicionais estão sendo eliminadas. Com isso, o estudo aponta que as empresas Monsanto, DuPont-Pioneer, Syngenta, Bayer e algumas outras multinacionais, proprietárias da maioria das sementes do mundo, são as principais beneficiadas pelos cultivos trangênicos.


Fonte:http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=31660


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