Disciplina - Geografia

Geografia

18/04/2011

Tibagi é “logo ali”

A bem da verdade, nem é tão pertinho. Mas os 215 quilômetros que separam Tibagi de Curitiba, sempre sobre asfalto e com belas paisagens por todos os lados, fazem o milagre de encurtar a distância até o município na região dos Campos Gerais do estado. Com uma população que se aproxima de 20 mil habitantes, o mapa de Tibagi registra ruas que não somam 50. Muitas são calçadas com pedras irregulares, mas o importante é que, nelas, não se encontra uma única pichação enfeiando as casinhas baixas, pintadas de cores diversas; e pode-se apostar, sem medo de perder a aposta, que por mais que se procure, não se vê nas calçadas e ruas um papel de bala, um toco de cigarro, um simples palito de fósforo. A propósito: por sua gestão adequada do lixo urbano, Tibagi foi o primeiro município do Paraná a conquistar o selo “Cidade Limpa”, além de ter conquistado, no ano passado, o prêmio de Sustentabilidade Ambiental do Ministério do Turismo.
Atrações
Um círculo imaginário no centrinho reúne as principais atrações turísticas de Tibagi, todas ao redor ou perto da Praça Leopoldo Mercer – coração da cidade, com seus canteiros traçados conforme os pontos cardeais e onde pode ser apreciado o Monumento às Águas de Tibagi – onde desenhos em baixo relevo retratam os ciclos da vida econômica e cultural do município. Entre os edifícios que merecem ser visitados, destaque para a Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios, no local onde, em 1836, foi construída a primeira capela; o Museu Histórico Desembargador Edmundo Mercer, que retrata o ciclo do diamante que deu prestígio à cidade; a Biblioteca Pública, ocupando casarão que, por algumas décadas, foi grupo escolar; o Teatro Municipal; o Palácio do Diamante, ex-convento dos padres redentoristas, hoje sedia a Prefeitura; e a Ladeira do Paredão, que dá acesso ao Rio Tibagi e é um verdadeiro mirante onde o turista pode (e deve!) fotografar ou filmar. Há até uma caixa d’água, a primeira da cidade, que merece ser apreciada por conta da sua arquitetura e colorido.
Rapel e rafting são aperitivos para a joia da coroa: o Guartelá
O nome do segundo maior município do Paraná (área de 3.108.746 km2), dado pelos índios tupi-guaranis que lá viviam no passado, tem a seguinte tradução: tiba significa “muita” e gy, “cachoeira”. E o município não poderia receber outra denominação, já que suas águas são, realmente, um dos grandes atrativos. Vale lembrar que o Rio Tibagi, o principal deles, foi invadido por aventureiros, no século 18, em busca do ouro e diamantes em seu leito.
Hoje, no entanto, outro tipo de desbravador percorre as águas do Tibagi (e de seu afluente, Iapó), mas, desta vez, em busca de outros tesouros: as correntezas, que propiciam raftings dos mais radicais; e as inúmeras cachoeiras, de até 150 metros e que fazem a alegria dos amantes do rapel. Entre as quedas, as mais disputadas são os saltos Ataul, Puxa Nervos, Santa Rosa, Arroio da Ingrata, da Dora e Ponte de Pedra. Outros esportes praticados na região são canoagem, boia-cross, cascading, pesca; além de trilhas, escaladas, cavalgadas, corrida de aventura, off-road, trekking, tirolesa e parapente.
Parque estadual
Outra atração imperdível do município é o Cânion do Guartelá, que oferece paisagens de tirar o fôlego. O maior do Brasil e considerado o 6º do mundo em extensão (32 quilometros), formado pelos meandros do Rio Iapó, o parque estadual está a 20 km do centro do município e preserva os ecossistemas típicos dos Campos Gerais. Quem vai ao local, não pode deixar de conhecer a impressionante Cachoeira da Ponte de Pedra, a Gruta da Pedra Ume e os “Panelões do Sumidouro”, verdadeiras banheiras naturais de hidromassagem. Os paredões e grutas do Guartelá guardam ainda pinturas rupestres (que datam de aproximadamente 7 mil anos) e, nos 798,9 hectares da área de preservação, podem ser apreciadas várias espécies da fauna local, como capivaras, tamanduás-mirins, lobos-guarás, bugios e suçuaranas, bem como aves, como falcões quiri-quiri, pica-paus-do-campo, perdizes e jacus, alguns deles ameaçados de extinção.
Cumprir as trilhas que levam as atrações do parque (incluindo mirantes imperdíveis) são programas que exigem mais de um dia e, por isso, há duas áreas de camping (da Dora e Aguardo-te-ká) ao lado do parque, que permitem que os aventureiros e mochileiros de carteirinha por lá fiquem acampados.
Serviço:
Parque Estadual do Guartelá. Rodovia PR – 340 no km 42, trecho que liga Tibagi a Castro. Fica aberto das 8 às 16h30. Entrada gratuita. É possível fazer durante a semana passeios guiados por funcionários até as pinturas rupestres. É necessário, no entanto, agendamento prévio pelo email peguartela@iap.pr.gov.br.
Texto na íntegra
Esta notícia foi publicada em 07/04/2011 do sítio Gazeta do Povo. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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