Disciplina - Geografia

Geografia

13/05/2010

Porto e ferrovia ameaçam o Sul da Bahia

Mais uma grande obra de infraestrutura, formada por uma ferrovia que vai ligar o interior da Bahia à região de Ilhéus, e um porto para escoar minério de ferro, coloca novamente em lados opostos ambientalistas e o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) do governo Lula. Desta vez a beneficiária da obra é a mineradora Bamin (Bahia Mineração), e os principais afetados são animais e plantas de uma área de 1780 hectares de reserva de Mata Atlântica que será devastada para implantação do projeto. Apesar da promessa do governo de zerar o desmatamento da Mata Atlântica em 2010, essa obra já teve seu edital de licitação lançado em 26 de março. O projeto Porto Sul prevê um complexo intermodal, do qual fazem parte um porto de minérios em alto-mar e o traçado final da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (que liga Tocantins à Bahia), ao norte de Ilhéus, no sul da Bahia, sendo a ferrovia parte do PAC do Governo Federal. Ambientalistas alertam que o empreendimento causará diversos impactos negativos para o turismo e pesca locais, como a perda de biodiversidade terrestre e marinha, alteração da rota migratória da baleias e a alteração dos estoques pesqueiros, além da destruição de recifes de corais.
Ilhéus é uma região que durante muito tempo teve sua economia baseada no cultivo do cacau, no entanto, após a crise que atingiu esta cultura, a cidade vem enfrentando problemas para encontrar um novo eixo de desenvolvimento. Segundo ambientalistas ligados à SOS Mata Atlântica, Greenpeace, Conservação Internacional do Brasil, WWF do Brasil, IESB, Ação Ilhéus, Instituto Floresta Viva, Projeto Tamar, FUNBIO, IPE e outras importantes organização preservacionistas, a melhor alternativa para a região é o desenvolvimento de seu potencial turístico, destacando as belezas naturais e o patrimônio histórico da região, e diversificando as áreas de atuação. Após uma sucessão de governos que a trataram com descaso, Ilhéus é uma cidade com infraestrutura deficitária, sem saneamento básico em diversos bairros, e alto índice de desemprego, pouco atrativa para o turista internacional. Este cenário de poucas possibilidades faz com que parte da população local veja no porto oportunidades de trabalho e investimentos para melhorar o perfil da cidade. No entanto, segundo perspectivas da empresa, o empreendimento vai gerar, após a conclusão de suas obras, somente cerca de 400 empregos.
Na última semana, movimentos ambientalistas realizaram uma manifestação na cidade, que reuniu em torno de 300 manifestantes e jornalistas de diversas partes do Brasil. O objetivo foi alertar a população e chamar a atenção do governo para os problemas que esta obra causará na região.
Fonte: Envolverde (Texto na íntegra)
Publicado em 04/05/2010. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor do texto.
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