Disciplina - Geografia

Geografia

04/04/2010

Saúde temporal

Os efeitos do clima e do tempo sobre a saúde humana têm sido identificados como fatores de alto risco, que contribuem para o aumento da ocorrência de doenças crônicas e transmissíveis, de forma direta e indireta e que potencialmente aumentam a prevalência de algumas enfermidades. Esses efeitos foram discutidos na conferência “Elementos de biometeorologia humana e saúde”, ministrada por Luís Bartolomé Lecha Estela, do Centro de Estudos e Serviços Ambientais (Cesam) da Universidade Central "Maria Abreu" de Las Villas (UCLV), em Cuba. O evento foi organizado pelo Grupo de Pesquisa de Ciências Ambientais do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP) e realizado no dia 22 de março, na sede do instituto.
Lecha e colegas desenvolveram uma metodologia de classificação biometeorológica com o objetivo de avaliar os efeitos do tempo na saúde humana. Os métodos buscam avaliar as condições peculiares do clima tropical cubano e da adaptação da população às condições meteorológicas locais. “Os prognósticos que desenvolvemos em Cuba estão direcionados aos médicos das instituições de saúde e auxiliam na prevenção de doenças com alta incidência, como asma, problemas cardiovasculares, acidente vascular cerebral, hipertensão arterial, cefaleias, hepatite, meningite, dengue e malária”, disse Lecha à Agência FAPESP . Os resultados preliminares do estudo foram publicados na Revista Cubana de Salud Pública. O pesquisador esteve no Brasil para ministrar um curso na Faculdade de Saúde Pública da USP e divulgar o método que desenvolve em Cuba há mais de 20 anos. A vinda de Lecha teve apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Pesquisador Visitante. “A cidade de São Paulo é um laboratório importante para se estudar essa relação. Pretendemos criar um programa a partir dos métodos desenvolvidos por Lecha”, disse Helena Ribeiro, diretora da Faculdade de Saúde Pública da USP.
“O método avisa com até 180 horas de antecedência a ocorrência de condições favoráveis para o desencadeamento de crises de saúde e utiliza como principal indicador a variação em 24 horas da densidade parcial de oxigênio no ar, o tipo de situação predominante e a ocorrência de efeitos locais de contaminação atmosférica”, explicou a professora Helena. Lecha apresentou os resultados do método biometeorológico, que foi aplicado como projeto piloto no município de Sagua La Grande, província de Villa Clara. Os dados analisados referem-se ao período do inverno cubano, entre dezembro, janeiro e fevereiro de 2006 a 2007. A partir de um site (http://pronbiomet.villaclara.cu), são gerados mapas detalhados em que se analisam a densidade de oxigênio, temperatura, umidade e pressão atmosférica. “Repassamos a informação à rede virtual do Ministério da Saúde e, por intranet, essa informação é transmitida aos principais postos e hospitais do município”, explicou Lecha.
Fonte: Agência Fapesp - (Texto na íntegra)
Publicado em 26/03/2010. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor do texto.
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