Disciplina - Geografia

Geografia

27/01/2010

ONU quer plano de prioridades na reconstrução do Haiti

Enquanto ministros desfilam promessas de ajuda, o centro de operações da Organização das Nações Unidas (ONU) trabalha de forma frenética e discreta em Genebra, na Suíça, e Nova York, nos Estados Unidos, para tentar estipular prioridades para a reconstrução do Haiti. Os desafios políticos para a adoção do projeto e a falta de recursos são os maiores obstáculos.

A estimativa é de que 3 milhões de pessoas tenham de ser auxiliadas por um tempo indeterminado. Já há projeções de que a reconstrução leve uma década. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a documentos que mostram o trabalho da ONU e de outras agências humanitárias na preparação de uma estratégia de reconstrução. O Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou a falar em um "Plano Marshall" para o Haiti.

No entanto, a ironia, segundo especialistas, é que um plano para o Haiti já existia antes mesmo do terremoto. O documento foi apresentado a países doadores, mas ganhou pouca atenção. Os recursos doados foram insuficientes e os investimentos não vieram.

O documento pedia recursos para infraestrutura, serviços e agricultura. Agora, esse mesmo esboço ganhará capítulos sobre saúde, educação, moradia e vários outros setores destruídos pelo terremoto, ocorrido no último dia 12. Em cerca de um mês, os novos valores da operação serão anunciados.

Envio de mais 1300 militares

O Congresso aprovou nesta segunda-feira (25) o envio de até 1.300 militares adicionais ao Haiti, país devastado por um forte terremoto no último dia 12.
A ideia do governo é enviar imediatamente 900 militares, dos quais 750 serão de infantaria e 150 do efetivo da Polícia do Exército. Os demais 400 militares seriam mobilizados se futuramente o governo achar necessário.

A proposta aprovada dobra o contingente brasileiro no país caribenho, onde o Brasil lidera a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), conhecida como Minustah, que tem um contingente de aproximadamente 9.000 pessoas, sendo 7.000 militares.

Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU aprovou, por unanimidade, o aumento temporário no número de tropas e policiais da entidade no Haiti em 1.500 policiais e 2.000 soldados para ajudar a manter a segurança e ajudar nos esforços humanitários.

Cerca de 3.000 presos fugiram da cadeia depois do tremor de magnitude 7 que abalou principalmente a capital Porto Príncipe e pode ter matado até 200 mil pessoas. Saques e tumultos também ocorreram na sequencia da tragédia.

Integrante da base aliada, o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) criticou a iniciativa do governo. Para ele, o Executivo deveria primeiro dar atenção às vítimas de enchentes e desabamentos em todo o Brasil. "O Brasil não está em condições de ajudar, mas de ser ajudado", argumentou.

Leia mais...
Artigo - Os pecados do Haiti - Eduardo Galeano (Escritor uruguaio, autor do livro "As veias abertas da América Latina")
Esta notícia foi publicada em 26/01/2010 no site Gazeta do Povo. As informações contidas são de responsabilidade do autor.
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