Disciplina - Geografia

Geografia

08/09/2009

Viagem de ônibus pela América do Sul une paisagens e economia

 A jornalista Juliana Sayuri, 23, é uma das adeptas desta forma de viajar. Em junho deste ano ela partiu de São Paulo tendo como destino final Caracas, na Venezuela - um trajeto de várias escalas que durou ao todo 50 dias. Com exceção da volta de avião e de um ou outro trecho de trem, foi tudo percorrido de ônibus. Mochileira, Sayuri diz que o mais relevante na escolha do transporte é o custo "infinitamente mais barato" do ônibus. Mas a contabilidade dos gastos não é o único motivo que impulsiona esses turistas. O aprendizado sobre o lugar que se visita é um dos pontos altos das viagens rodoviárias, que permitem observar diferenças ambientais, culturais e econômicas pelo caminho. "Dá para conhecer mais do país por terra do que olhando tudo de cima. A gente aprende muito mais de geografia, vegetação, além das pessoas", afirma Sayuri. Para o turismólogo Maurício Pimentel, 24 anos, o trajeto de ônibus se torna mais agradável que o de avião quando os quilômetros percorridos deixam de ser uma simples distância a ser vencida e se tornam parte do passeio. "A viagem de ônibus me possibilita verificar a transição entre um lugar e outro. O avião conecta os pontos principais, mas deixa de lado o 'recheio'", diz. Para quem busca paisagens escondidas, o terrestre também é a melhor opção. Sayuri recomenda a travessia para Santiago, que inclui a passagem pelo monte Aconcágua, na Argentina, o pico mais alto das Américas, com 6.959 metros de altitude. "Apesar de dar medo por ser muito alto, é uma vista incrível que você só tem se estiver na estrada", diz.
Estradas nacionais
Mas as opções de rotas com paisagens bonitas não estão somente nos países vizinhos. No Brasil, por valores também em conta, os viajantes podem encontrar muitos destinos interessantes. Pimentel conta sobre a viagem que fez de Porto Alegre, onde mora, a Montevidéu, no Uruguai, cruzando o pampa gaúcho. No caminho é possível experimentar os famosos doces de Pelotas e visitar a casa do líder da Revolução Farroupilha, Bento Gonçalves, em Camaquã, no Rio Grande do Sul. Já no Uruguai, o trajeto passa pelo Pan de Azúcar, que com apenas 423 metros de altitude é um dos morros mais altos do país, e pelo o Forte de Santa Teresa, a 30 km do Chuí. No entanto, para as visitas que fujam das paradas do ônibus rodoviário ou que demandem estadias, o viajante precisará comprar mais de um trecho, contratar uma excursão ou alugar um carro, o que poderá resultar em custos adicionais. Para oferecer alternativas ao turista, o Ministério do Turismo planeja lançar para a Páscoa de 2010 um novo tipo de pacote. Batizado de Cruzeiro Rodoviário, a opção permitirá a compra de trechos isolados de excursões, dando ao viajante a possibilidade de montar o seu próprio roteiro e permanecer nos locais de preferência durante o tempo que desejar, respeitando o mínimo de duas noites. Os primeiros destinos serão traçados para a região sudeste.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br (Adaptado)
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