Disciplina - Geografia

Geografia

29/08/2009

A onipresença dos mapas e como isto muda a sua vida

"Do ponto de vista da divulgação, a imprensa de Gutenberg (século 15) e a internet foram os fatores mais importantes", diz Queiroz Filho. O terreno para a onipresença do mapa foi sendo preparado aos poucos. Logo após o conflito no início da década de 1990, foi dada a largada para uma corrida aeroespacial privada. Empresas lançaram satélites para reunir informações geoespaciais para uso pacífico. Então, em 2004, o lançamento do Google Maps e, no ano seguinte, do Google Earth, deu a qualquer um acesso irrestrito a esses dados - e com recursos até então inéditos. "É possível observar detalhes de um lugar (zoom in), mas também compreender as características geográficas do seu entorno (zoom out)", exemplifica Queiroz Filho. Com tanta informação, mudou, naturalmente, a forma de entender o mundo, ao menos do ponto de vista geográfico. "Além da facilidade de deslocamento, existe a possibilidade de visualizar a superfície terrestre de qualquer parte do planeta. Fato inédito, até então, para a maioria esmagadora da população", arremata o cartógrafo. Devidamente localizados, podemos, enfim, passar ao próximo passo dessa história, a geoinformação. Uma imagem de satélite não é muito diferente de um mapa de papel. Mas tudo muda de figura quando adicionamos uma camada de informações ao mapa, que, então, se transforma em ferramenta de análise de dados. José Danghesi, responsável pela GeoSummit, feira que reúne profissionais dessa área, explica: "Antigamente, geoinformação era um mapa pregado na parede cravejado de alfinetes coloridos. Hoje, a coisa é muito mais sofisticada". Essa inteligência é usada para melhorar a interpretação de dados estatísticos e para aprimorar os serviços públicos. "Até poucos anos atrás, um estudo de viabilidade de ponto de venda era demorado e muito caro. Agora, com as ferramentas certas, o custo pode ser reduzido drasticamente, assim como o tempo da análise, que pode ser quase instantânea", conta Lawrie Jordan, diretor da Esri e especialista em soluções de imagens. Em colaboração com a Microsoft, a Esri criou ferramenta que transforma planilhas em mapas analíticos. Com o uso da geoinformação, dá até para evitar fracassos comerciais. "É comum utilizar estudos de perfil de público para determinar a razão pela qual um ponto de venda não dá certo. Quando esses dados são aplicados sobre um mapa, fica mais fácil tomar decisões cruciais", explica Marcos Covre, diretor comercial da Imagem, empresa que vende serviços de geoinformação. "Prefeituras, como a de Recife, têm melhorado sua arrecadação e corrigido distorções de cobrança no IPTU graças à geoinformação", conta ele. Isso, é claro, sem falar dos aparelhos de GPS que conduzem motoristas pelas ruas das metrópoles.
Documento no Brasil
AES Eletropaulo - A concessionária de energia mapeou toda sua rede elétrica e integrou um sistema de geoinformação para auxiliar na detecção de defeitos e acionar uma resposta rápida de manutenção. Quando um usuário relata um incidente, o sistema localiza a ocorrência, avisa o setor de manutenção e já dá uma estimativa de conserto, automaticamente.
Secretaria de Segurança Pública/Espírito Santo - A secretaria começou neste ano a usar um "Mapa do Crime", que utiliza geoinformação para apontar os bairros onde há maior concentração de ocorrências e o tipo de delito mais comum em cada localidade. Com base nessas informações, busca tornar mais eficazes os serviços de ronda e prevenção. A informação foi disponibilizada pela web, sem a necessidade de programas proprietários, para ser acessada em todas as delegacias do Estado.
Secretaria da Saúde/Paraíba - Criou o sistema OncoGIS, que permite monitorar a incidência de casos de câncer de mama nos municípios de Cutié e Monteiro a partir do cruzamento dos dados da área de saúde com informações demográficas de dada região, por exemplo, apresentando mapas e gráficos que ajudam na alocação de recursos e médicos nas áreas mais necessitadas.
DER/Minas Gerais - Com uma malha viária de 40 mil quilômetros de extensão, o órgão mapeou cada ponto das rodovias e criou um sistema de gerenciamento avançado, que ajuda na manutenção das estradas, além de ajudar na fluidez do tráfego.
Fonte: http://www.estadao.com.br
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