Disciplina - Geografia

Geografia

22/03/2009

Paraná apresenta Plano Integrado de Combate ao Desmatamento

"Aqui se inicia uma integração em todas as esferas da administração pública para o combate à predação das nossas florestas", disse o governador Roberto Requião. A ação terá como prioridade a proteção da floresta com araucária, na região Centro-Sul do Estado, em uma área de um milhão de hectares onde estão localizados os maiores remanescentes florestais do Paraná. Os municípios de General Carneiro, Bituruna e Coronel Domingos Soares são apontados pelos órgãos ambientais como os locais onde ocorrem os maiores desmatamento do Estado."É o primeiro Plano Estadual de Combate de Desmatamento do País integrando as três esferas do Governo", declarou o secretário Rasca Rodrigues. Ele anunciou que no ano de 2008 o IAP e a Força Verde aplicaram 3.684 multas por crimes contra a flora, totalizando R$ 78 milhões. "Vamos trabalhar e fazer uma grande mobilização técnica e política para garantir, até a semana do Meio Ambiente, o comando e o controle efetivo do Estado sobre remanescentes de florestas desta região", afirmou Rasca.
PLANO DE AÇÃO
Durante a apresentação, o governador Roberto Requião reforçou a inclusão de uma força-tarefa com a participação do Ministério Público Estadual, Polícia Federal, Polícia Ambiental, IAP e IBAMA para integrar o plano de ação de combate ao desmatamento clandestino. "Para que se tenha uma idéia, a barbaridade mais completa foi cometida por uma empresa paulista a Madepar, ou seja, milionários destruindo florestas no Paraná", declarou o governador. "Teremos uma força-tarefa no combate ao desmatamento, com todos os nossos equipamentos à disposição e que não são poucos", reforçou Requião. Ele pediu que a Secretaria de Segurança dê prioridade absoluta à reintegração de posse em locais onde há desmatamento. A atuação conjunta será realizada, primeiramente, com presença ostensiva da polícia e dos técnicos em campo, voltada para a fiscalização. Posteriormente, em um prazo de 60 dias, serão apresentadas ações de preservação de todo o bioma da araucária, que inclui outras espécies nativas exploradas indevidamente, como cedro, canela e imbuia. O secretário Rasca lembrou, que o plano de combate ao desmatamento foi elaborado de forma que seja possível pegar não apenas aqueles que cortam a madeira, mas também o mandante do crime. Reuniões quinzenais para avaliar as ações do Plano de Combate ao Desmatamento também fazem parte do cronograma. "Também vamos trabalhar no combate à pobreza e é necessário se estudar uma forma de compensá-los para que não entrem nessa rede criminosa", reforçou o secretário. O superintendente do Ibama José Álvaro Carneiro, completou dizendo que a meta do Plano Integrado é, em até seis anos, acabar com o desmatamento ilegal no Estado. Os representantes dos órgãos ambientais estaduais apresentaram um diagnóstico do desmatamento no Estado, realizado no decorrer de 2008 e que incluiu operações de fiscalização aéreas, terrestres e o monitoramento com o uso de imagens de satélite. O Ibama estima que 100 árvores estavam sendo derrubadas diariamente nas florestas da região Centro-Sul. O superintendente estadual do Ibama mostrou um levantamento com 68 pontos de desmatamento grave encontrados e 1.108 fornos de carvão construídos no meio da floresta, para transformar a madeira recém-cortada. "Este material se transforma em toras, que viram tábuas e lâminas. O que não é aproveitado é transformado em carvão, lenha ou cavaco (madeira moída que será queimada em grandes caldeiras para a geração de energia)", contou o superintendente do Ibama. Também foram constatados avanços em cima das florestas para abertura de área agrícola, palanques de imbuia sendo carregados clandestinamente à noite e araucárias com mais de 200 anos aguardando para embarque em depósitos, no município de General Carneiro. Imagens dos principais desmatamentos encontrados nos municípios de Bituruna e no acampamento Primeiro de Maio foram mostradas pelo Ibama.Carneiro disse que os órgãos ambientais têm conhecimento de que áreas de florestas vinham sendo desmatadas por empresários e pessoas ligadas à política, e que culpavam o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) pelo crime. "Pessoas conhecidas no meio político e empresarial tentavam culpar integrantes do MST pelo corte de floresta nativa, mas descobrimos que eles estavam usando mão-de-obra de pessoas que vivem na miséria para este serviço", finalizou.

Fonte: http://www.jusbrasil.com.br
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