Disciplina - Geografia

Geografia

02/06/2008

O sociólogo Hélio Jaguaribe alerta para Amazônia ameaçada

Desnacionalização. Ao atribuir essa situação à Amazônia, Jaguaribe faz coro aos que acreditam que as grandes potências obtêm, na região, “insensatas concessões” de áreas gigantescas, correspondentes, no conjunto, a 13% do território nacional. “Para uma ínfima população de algo como 200 mil índios”. “Enquanto a Igreja Católica atua como ingênua protetora dos indígenas, facilitando, indiretamente, indesejáveis penetrações estrangeiras, igrejas protestantes, nas quais pastores improvisados são, concomitantemente,empresários por conta própria ou a serviço de grandes companhias, atuam diretamente com finalidades mercantis e propósitos alienantes”, ele diz.
Com respeito ao mestre, não se deve omitir que o índio sempre foi um guardião da natureza e verdadeiro dono de toda essa imensidão de terras que aos poucos a civilização branca vai lhe tomando. Implicações posteriores, entre as quais, a descoberta de minério, petróleo, gás, nos remetem a outra discussão.
Falar em internacionalização da Amazônia não é novidade. Diversos estudiosos, cientistas e políticos consideram que o Brasil é incompetente demais para preservação da cobiçada região. Estão certos, não estão? Sabe-se que europeus e norte-americanos, por décadas a fio, construíram suas civilizações em cima da destruição de seus recursos naturais, florestas inclusive. Hoje, pregam para nós a preservação daquilo que não souberam fazer para si próprios.
Jaguaribe incomoda-se com “mais de cem ONGs” que, a título de pesquisa científica, atuam na região. Tem razão, porque nem todas são idôneas e deveriam ter autorização para trabalhar na floresta. “A Amazônia brasileira, representando 85% da Amazônia total, constitui a maior floresta tropical e a maior bacia hidrográfica do mundo, com um quinto da água doce do planeta, sendo, concomitantemente, a maior reserva mundial de biodiversidade e uma das maiores concentrações de minerais valiosos, com um potencial diamantífero na reserva Roosevelt 15 vezes superior ao da maior mina da África, reservas gigantescas de ferro e outros minerais na região de  Carajás, no Pará, de bauxita no rio Trombeta, também no Pará, e de cassiterita, urânio e nióbio em Roraima”, ele diz.
O sociólogo trata do óbvio, mas dá margem a cobranças, novamente repetidas. Ao governo, às Forças Armadas, ao Congresso que autoriza o comablido orçamento dessas forças. Governo, frise-se, que deveria financiar muito mais os pesquisadores brasileiros na selva amazônica, evitando que a denominem “terra de ninguém”, “faroeste brasileiro” etc. Que deveria investir mais nos institutos e nas universidades.
Para Jaguaribe, o Brasil está perdendo o controle da região. Reaja, ministra Marina Silva! Reajam, militares das três armas!
“O dendê, nativo da Amazônia e nela facilmente cultivável, constitui uma das maiores reservas potenciais de biodiesel. Em apenas 7 milhões de hectares, numa região com 5milhões de Km², é possível produzir 8 milhões de barris de diesel por dia, correspondentes à totalidade da produção de petróleo da Arábia Saudita", lembra o sociólogo
Fica no ar uma interrogação, se examinarmos o repto de Jaguaribe, ao informar que o Grupo de Trabalho da Amazônia, coordenado pela Abin, já dispõe de “um importante
acervo de dados, contidos em relatórios”, mas o governo não lhe dá a devida atenção.
Se verídico, não se queixe o governo de que a Abin não lhe informa de tudo, ou, pelo menos da situação amazônica. A Abin dispõe da tecnologia que o extinto SNI não tinha.

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Fonte da imagem:
http://www.ipam.org.br/web/images/mapa_cenarios03.jpg
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