A descoberta de ouro no litoral do Paraná
A ocupação do território paranaense ocorreu do litoral em direção ao Terceiro Planalto. A região sul ficou relegada a um plano secundário na colonização portuguesa em terras brasileiras, pois os interesses da corte estavam voltados para as zonas produtoras de cana-de-açúcar.A partir de notícias da descoberta de ouro na região, que hoje é Paranaguá, teve início a ocupação do litoral, a fim de garantir a posse das minas encontradas e das que poderiam ser descobertas.
Os primeiros registros, em torno de 1570, apontam a região de Paranaguá, Guaraqueçaba e Cananéia, na Capitania de São Vicente, como as primeiras minas cartografadas no novo território português. Até a descoberta dos garimpos de Vila Rica em Minas Gerais, em torno de 1680, a produção de ouro, que nunca chegou a ser grande, foi totalmente concentrada na Capitania de São Vicente, no território que hoje é o Paraná.
Em 1640 Gabriel de Lara funda a vila de Paranaguá, é o ano de início da extração. Maack (1968) acrescenta que, quando esse povoador chegou a Paranaguá, os portugueses já estavam radicados há 100 anos na Ilha de Cotinga. Houve então um grande fluxo de pessoas em busca de fortuna fácil, que acabou por ajudar no desenvolvimento das primeiras vilas na região do Paraná.
De Paranaguá, Gabriel de Lara subiu ao planalto em direção ao chamado Arraial de Cima para procurar ouro, por volta de 1648, e lá fundou a Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, que veio a ser Curitiba, em 1654. Martins (1907) aponta os vales do Ribeira, Iguape e Cubatão como principais zonas de penetração de mineradores e pesquisadores no caminho para o planalto. Em 1670, acontece a instalação da Real Casa de Fundição em Paranaguá (Ferreira 1954). Por cerca de 200 anos, o ouro foi uma maldição para os portugueses que viviam no Brasil, eles o buscavam sem parar, às vezes o encontravam e em muitas ocasiões não encontravam nada. Porém, foi graças a essa busca incessante pelo metal que o Paraná foi fundado.