Caminho de Peabiru
Os caminhos e trilhas sempre fizeram parte do cotidiano das pessoas. Isso ocorre desde períodos remotos para auxiliar nas atividades básicas do cotidiano, como caça, coleta de alimentos e migração.O Caminho de Peabiru é uma rota indígena antiga. Para alguns, o significado em guarani é “Terra sem males”, mas são encontradas várias versões para o significado de seu nome. Os Guaranis o chamavam de Peabiru, Piabiru ou Piabiyu, que significa “caminho” em guarani (pia, bia, pe, bia; ybabia: caminho que leva ao céu). Ou Caminho do Peru, sendo a palavra um híbrido de tupi - pe (caminho) + biru (Peru).
Itinerário de Ulrich Schmidel com o Caminho de Peabiru em destaque. Adaptado de Maack (2002). Organizado por Ana Paula Colavite
Os primeiros portugueses, quando chegaram por aqui, ouviram dos índios histórias sobre um caminho que ligava o Oceano Atlântico a um lugar descrito como os Andes. Ele ia de São Vicente, litoral paulista, à Cusco, no Peru. Existiam também outros ramais, partindo de Cananeia, também em São Paulo, e São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Esse caminho atravessava os limites territoriais do Brasil até chegar ao Peru, ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, passando por matas, rios, pântanos e cataratas com uma extensão de três mil quilômetros, aproximadamente.
Esboço do Caminho de Peabiru na América do Sul. Adaptado de Bond & Finco (2004). Organizado por Ana Paula Colavite.
O caminho era uma estrada primitiva, porém muito bem ordenada rumo ao desconhecido, que possuía oito palmos de largura, ou seja, cerca de um metro e meio de largura e um rebaixamento de 40 centímetros. Alguns dizem que o percurso era coberto por uma espécie de gramínea que não permitia que arbustos, ervas daninhas e árvores crescessem em seu curso, e evitava também a erosão, pois ele era intensamente utilizado. O Caminho propiciava uma troca cultural e mercantil muito rica entre os povos. Além disso, atendia à necessidade desses povos em terem um caminho e uma forma de comunicação.
Referências