Sociedade e Economia
Prieto (1968) faz uma análise do continente sul-americano no século XVII, e defende o argumento de que a mineração produziu riquezas atraindo um grande número de povoadores. Ainda segundo ele, sem a mineração o assentamento nessas novas áreas seria extremamente difícil, prova disso é o subdesenvolvimento das áreas interiores dos países sul-americanos. A implantação de uma economia baseada, em um primeiro momento, no extrativismo vegetal e na agricultura (cana-de-açúcar) no Brasil, acabou criando uma enorme diferença em relação ao resto dos países da América do Sul.O contraste entre as Américas Portuguesa e Espanhola chama a atenção. Enquanto nessa época a Espanha expandia seus domínios até os desertos do norte do México, atravessando a difícil região dos Andes para procurar mais minérios preciosos. As cidades criadas devido a mineração espanhola se mostravam mais desenvolvidas e ricas em comparação às outras cidades da América, principalmente as do lado português.
Nesse período a Espanha já explorava a prata de Potosí, na Bolívia, e essa era a atividade mais importante da colônia espanhola. Enquanto isso, Portugal mantinha apenas simples entrepostos comerciais na área litorânea, seguia com o extrativismo vegetal, com o plantio de cana-de-açúcar, e também com a atividade de caça aos índios. O conhecimento e desbravamento do território se deve aos bandeirantes, mas eles não tiveram nenhum assentamento ou centros permanentes com algum destaque econômico. Isso só aconteceu com a mineração e depois seguiu com a agricultura e a pecuária.
Nas novas descobertas dos territórios ao Norte do Estado, a experiência adquirida nas minas de Paranaguá e outras ajudou no processo de povoamento. Com a busca pelo ouro, teve início as primeiras vindas de gado bovino para a região, abrindo caminho para o ciclo dos tropeiros que aconteceria várias décadas depois.
Referências