Furacão Catarina
Imagem de satélite do Furacão Catarina, em 2004, mostrando o litoral catarinense e gaúcho.
Segundo o pesquisador do INPE, Carlos Nobre, o Furacão Catarina foi o primeiro furacão observado no Atlântico Sul, pelo menos desde que há registros meteorológicos confiáveis no Brasil, isto é, por 100 anos ou mais. Nos últimos 40 anos, desde que há satélites meteorológicos, não há registros de furacões nesta parte do Oceano Atlântico. Também, o Furacão Catarina originou-se a partir de um ciclone extra-tropical, já a maioria absoluta dos ciclones tropicais, dos quais alguns deles virão a se tornar furacões, originam-se de depressões tropicais, isto é, centros de baixa pressão tropicais. Por último, furacões se formam sobre águas oceânicas acima de 24ºC.
Na região de formação do Catarina, as águas encontravam-se entre 24ºC e 26ºC, um pouco abaixo deste limiar. Portanto, um fenômeno raro e atípico, sob qualquer ponto de vista, mas que se formou, de qualquer maneira. Em outras palavras, o Furacão Catarina fez mudar o paradigma sobre furacões no Atlântico Sul. Simulações com modelos climáticos globais indicam que num planeta mais aquecido poderia haver um número maior de sistemas meteorológicos como ciclones extratropicais no Atlântico Sul, ainda que tais projeções necessitem de estudos mais detalhados. Porém, devemos lembrar que o Furacão Catarina originou-se de um ciclone extratropical e estes normalmente, como o próprio nome diz, ocorrem fora da faixa tropical e sub-tropical. O efeito dos ciclones extra-tropicais sobre o Atlântico Sul é sentido nas ressacas que afetam todo o litoral Sul e também o litoral do Sudeste do Brasil.